ESCAPULÁRIO
No Pão de Açúcar
De cada dia
Dai-nos Senhor
A poesia
De cada dia.
ERRO DE PORTUGUÊS
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
No baile da Corte
Foi o Conde d' Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Surui
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê pitá e caí.
Oswald de Andrade (1890 - 1954)
Escreveu poesias: Pau-Brasil (1925), Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade (1927)
e Poesia Reunida (1945); romance: Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Serafim Ponte Grande (1933); A Morta, O Rei da Vela (1937)